Brasília (AE) - A Caixa Econômica Federal, que detém quase 70% do crédito imobiliário no País, aumentou, pela segunda vez no ano, as taxas de juros das operações para financiamento de imóveis residenciais contratadas com recursos da poupança. As novas taxas passaram a ser aplicadas nos imóveis que foram financiados desde segunda-feira, 13 de abril. As novas regras foram antecipadas pela TRIBUNA DO NORTE em reportagem publicada na última sexta-feira, dia 10.
O banco, porém, só confirmou que subiu os juros ontem. A instituição respondeu, em nota, que o aumento de 0,3 pontos porcentuais nas taxas foi motivado pela alta dos juros básicos da economia - a Selic, atualmente em 12,75%, patamar decidido há mais de um mês. A última vez que o banco estatal tinha subido os juros do crédito habitacional foi em janeiro, após congelamento que durou todo o ano de 2014.
Como a Caixa é líder isolada no segmento, alterações nas taxas praticadas pelo banco são seguidas pelos concorrentes. O aumento também impacta no ritmo de atividade da construção civil. Para Miguel José Ribeiro, da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), “este movimento deverá ser seguido pelos demais bancos, já que a Selic vem apresentando elevação, frente a um ambiente de maior inflação”.
Maior financiadora da habitação no País, a Caixa afirmou, em nota, que, mesmo com o ajuste, continuava oferecendo as melhores taxas do mercado no âmbito do Sistema Financeiro Habitacional (SFH) - imóveis de até R$ 750 mil em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal; nos demais Estados, o teto é de R$ 650 mil. No entanto, as taxas do Banco do Brasil para financiamentos de casas acima desses valores são menores do que as da Caixa, que optou por não fazer ajustes nessa linha.
Juros
Na Caixa, a taxa balcão - para consumidores sem relacionamento com o banco - subiu de 9,15% ao ano para 9,45%; para quem já tem relacionamento com o banco (quem é correntista, por exemplo), os juros subiram de 9% para 9,3%. Os clientes que ainda recebem pelo banco pagam taxa de 9%, ante 8,7% definida em janeiro. Essa é a mesma taxa de servidores públicos que são correntistas do banco. Para os servidores públicos que além de correntistas recebem pela instituição, a Caixa cobra juros de 8,8% nos financiamentos desde segunda-feira, ante 8,5% de janeiro.
O valor total do financiamento de R$ 500 mil em 30 anos ficou R$ 46,5 mil mais caro para os consumidores que não são clientes da Caixa e pagam a taxa balcão. Cada uma das 360 parcelas mensais passou de R$ 3.937,07 para R$ 4.066,36, de acordo com os cálculos da Anefac. Para os outros tipos de financiamento, o impacto do aumento nas taxas variou de R$ 30 mil a R$ 45 mil nessa mesma simulação.
A Caixa informou que as taxas dos financiamentos contratados com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que incluem os do programa Minha Casa, Minha Vida, não sofreram reajuste.
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