De acordo com o delegado federal, Christian Gomes, um ofício notificando a prisão do foragido já foi encaminhado, via Correios, para o Superior Tribunal Federal, mas ainda não há prazo para a assinatura do ministro Celso de Melo, remetendo o processo à polícia americana, que deverá organizar e custear a extradição.
Victor Barnard teve mandado de prisão decretado pela Justiça dos Estados Unidos, que encaminhou o documento para o Superior Tribunal Federal (STF) em 2014. O norte-americano é acusado de ter praticado 59 crimes sexuais contra crianças e adolescentes entre os anos de 2000 e 2012, no estado de Minnesota.
De acordo com informações de agentes da Segurança Pública do RN, o estrangeiro estava sob monitoramento policial há seis meses. Neste período, ele só foi visto em ambientes públicos em duas ocasiões - em um posto de combustíveis e uma unidade hospitalar – na companhia de uma brasileira, que, segundo a Polícia Federal no Estado, sustentava todas as suas necessidades financeiras.
A Polícia Federal no RN e a Secretaria de Estado de Segurança Pública e de Defesa Social (Sesed) foram oficiadas da presença do estrangeiro no país e do mandado de prisão contra ele em setembro do ano passado, quando iniciaram a execução do pedido. Victor Barnard também era procurado em outros estados do país, que receberam o auto, pela Interpol e figurava na lista de foragidos da agência U. S. Marshals, organização da polícia americana para estes casos de capturas internacionais.
A polícia chegou a Victor Barnard a partir de denúncias anônimas de moradores do condomínio que suspeitavam da presença de estrangeiro na casa, além da mulher. Com base nas informações, o pelotão da Polícia Militar em Pipa, passou a monitorar o local. Após seis meses de trabalho da PM e da Polícia Federal, em cooperação mútua, foi confirmada a existência de uma segunda pessoa no imóvel e que este seria um estrangeiro foragido.
Quando um possível nome (Victor Ardem Barnard) foi descoberto pelos militares e constatou-se, através de consulta à Interpol, que se tratava do norte-americano, ocorreu a execução do mandado de prisão. Pelas informações apresentadas pela PM, a brasileira que deu abrigo em Pipa e custeava todas as despesas, conheceu o foragido ainda nos Estados Unidos.
O tenente Daniel Costa, que atuou no monitoramento e prisão do americano, relatou que a mulher tem 33 anos de idade e disse fazer parte da seita religiosa liderada pelo norte-americano. De acordo com a Polícia Federal, ela é natural de Sobral (CE) e supostamente seria uma corretora de imóveis.
“Em depoimento, ela declarou que vivia de seis aluguéis, que lhe garantiam cerca de R$ 3.500 ao mês. Ela residiu na América durante alguns anos, para estudar, e apresentou um sotaque bem carregado, misturando inglês e português. Pelo que disse, o americano estaria apenas ‘dando um tempo’ no Brasil”, comentou o delegado federal, Christian Gomes.
Tribuna do Norte
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