Um dos ônibus colocado à disposição do MST era usado para transporte escolar. O motorista, que não quis se identificar, confirmou que recebeu ordem da “prefeitura de João Câmara” para vir a Natal fazer o transporte dos sem terra. A reportagem ligou para o prefeito da cidade, Ariosvaldo Targino de Araújo (DEM), mas as ligações não foram atendidas.
Um ônibus da empresa Master Transportes Coletivos de Passageiros e da Trovão Transportes estavam no local também para pegar pessoas do MST, o motorista do primeiro ônibus informou que não sabia quem tinha contratado a empresa e que este seguiria até Mossoró após a manifestação, já o segundo informou que levaria os manifestantes até ceará-mirim. Os outros dois veículos tinham identificação de empresas. Um deles, segundo o motorista, foi enviado pela prefeitura de Macaíba.
Lideranças do MST que estavam no local, abordados pela reportagem, disseram que “não sabiam quem enviou os ônibus”, apenas foram avisados que teriam transporte para irem ao local da manifestação, em frente a Catedral Metropolitana de Natal. Outros informaram que estes foram o mesmos ônibus que os trouxeram até Natal.
O presidente da Central dos Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil (CTB), Moacir Soares, um dos organizadores do ato, disse que desconhecia o fato, mas que precisa ser investigado. “Se é um ônibus escolar, ele tem a finalidade de transportar estudantes. Se está sendo utilizado para outro fim, tem que ser averiguado. Assim como a gente combate a corrupção nas empresas, se há erro no movimento precisa ser corrigido”, comentou Soares.
Ao ser questionado pelo uso de ônibus escolar no ato, o presidente estadual do Partido dos Trabalhadores, Eraldo Paiva, afirmou: “não sei , mas acho que o prefeito de João Câmara é do DEM. Creio que ele não apoia esse movimento aqui. Acho que você tem que perguntar a ele”.
Tensão: Equipe da Inter TV é hostilizada
“O povo não é bobo. Abaixo a Rede Globo”. Esse foi o canto entoado por um grupo de manifestantes que hostilizou uma equipe de reportagem da Intertv Cabugi, emissora afiliada à rede Globo, nas proximidades do Palácio Felipe Camarão, na rua Ulisses Caldas. A jornalista Michelle Rincón e o repórter cinematográfico que a acompanhava ficaram cercados por manifestantes. Não houve agressão física. Policiais militares chegaram a se posicionaram de modo a proteger a equipe.
Tribuna do Norte
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