segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Estação dos preços altos!


Uma água de coco a três reais e cinquenta centavos. Uma garrafinha de água mineral por três reais. Um refrigerante em lata por quatro. E um suco a seis reais! 

Achou caro? Pois saiba que essa é a média de preços que você vai encontrar na maioria das praias potiguares agora na alta estação – período em que o litoral fica lotado, com muitos turistas – e os comerciantes, claro, aproveitam para faturar o quanto podem.


Portanto, se estiver planejando ir à praia para passar o dia, é bom prevenir-se. Seja saindo com dinheiro ou levando de casa os comes e bebes que vai consumir – o que acabará resultando numa bela economia. No feriado de Santos Reis, na última terça-feira, 6 de janeiro, passamos em algumas praias para dar uma olhada nos preços de bebidas e comidas e ouvir comerciantes e consumidores. 

Reclamação
A maioria dos potiguares e turistas reclama que tá caro, mas não deixa de consumir. E algumas vezes nem pesquisa outros lugares na mesma praia atrás do melhor preço. 

Numa barraca em Ponta Negra, quatro amigas do Rio de Janeiro desembolsaram, cada uma, 4 reais pela água de coco, quando podiam encontrar o produto em outro quiosque ou com ambulantes a 3 e até 2,50 reais (na praia, o mais barato que encontramos).

A mais falante das amigas, a professora Célia Marcia, concordou que estavam pagando caro, mas, segundo ela, esse custo alto não é só em Natal. “Em todo canto tá assim”, disse a professora, para quem o maior abuso foi o copo de suco de caju a 10 reais na praia de Punaú, litoral Norte do Estado.                 

Várias praias
Em uma semana, Célia e as amigas conheceram várias praias do litoral potiguar, entre elas, Zumbi, Pipa, Pititinga e Camurupim, e puderam experimentar o serviço formal dos restaurantes e o informal da beira de praia.

De uma forma geral, as turistas consideraram “salgado” o preço das comidas, sobretudo dos frutos do mar. “Não era para ser tão caro, já que estamos numa cidade costeira”, observou Célia Maria. Já a amiga Erika Vieira, servidora pública, atentou para a necessidade de uma melhor qualificação da mão de obra.

Críticas
As críticas das quatro turistas cariocas pararam por aí. No mais, elas gostaram dos lugares que conheceram, inclusive das comidas, apesar do preço. Na barraca em que estavam em Ponta Negra, a cerveja de 600ml custava 7 reais; a garrafa de água mineral, 3; e uma caipirinha, 8 reais. Um petisco de lagosta, 110 reais.

Os preços em Ponta Negra, de uma maneira geral, não se diferenciam muito dos preços da praia de Pirangi, uma das mais procuradas pelos turistas. Lá, encontramos a psicóloga Luanda Fernandes e seus pais, de Brasília. 

Em sua primeira vez no litoral potiguar,  Luanda achou os preços das comidas e bebidas razoáveis e até não tão altos se comparados aos do litoral baiano. “Fui lá há três anos e na época já achei tudo um absurdo. Imagina agora como não está!”, disse a turista, que pediu um hula-hula (drink) e pagou 10 reais por ele. Antes, já havia tomado uma água de coco, de 3,5 reais. Foi lá onde encontramos o refrigerante em lata mais caro, por 4,50 reais.

Refeições
Para comer, é possível encontrar refeições para até três pessoas a 50 reais ou a 90 (para até seis pessoas), com peixe e guarnições de macaxeira, salada, farofa, feijão, pirão e arroz. Já os ambulantes oferecem espetinhos de carne, frango, coração e calabresa a 2,5 e até 3 reais.

Em Cotovelo, praia vizinha a Pirangi, encontramos a estudante Sarita Silva, que tinha ido aproveitar a manhã de sol com dois amigos no feriado de Santos Reis. Para ela, que é de Natal, os preços praticados nas praias, principalmente do litoral Sul, e no verão, são abusivos.

“Um coco a 3 reais é muito caro, mas a gente não tem outra opção. Ou compra ou fica com sede, a não ser que traga de casa”, disse a estudante. Ela e os amigos ainda tiveram que consumir, no mínimo, 25 reais para poderem ficar sentados nas cadeiras sob o guarda-sol. A cobrança de consumação mínima é uma prática comum em todas as praias. O que muda são os valores cobrados.

O casal de empreendedores Leonardo Fagali e Bruna Lepore Fagali preferiu ficar em Cotovelo exatamente porque em Pirangi tentaram cobrar dos dois 20 reais  somente para terem direito às cadeiras, mesa e sombrinha, fora o consumo.

O casal, do interior de São Paulo, nem reclamou dos preços dos petiscos e bebidas. “Achamos bons”, disse Leonardo, que tinha acabado de pedir uma isca de peixe, com batata e salada (a 40 reais).

Os turistas, que chegaram a conhecer outros lugares do litoral potiguar, contaram que chegam a gastar na praia, numa manhã, mais de 100 reais. E só com bebidas e petiscos. Sem contar o almoço. 


Tribuna do Norte

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