terça-feira, 25 de março de 2014

Tenente é suspeito de três crimes

Suspeito de ser o autor do assassinato do lutador de MMA, Luiz de França Trindade, e preso na manhã de ontem, o tenente da Polícia Militar, Iranildo Félix é apontado como suspeito de “pelo menos mais dois homicídios”, segundo a delegada-adjunta da Divisão Especializada de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor), Danielle Filgueira. Um destes homicídios teria ligação direta com a morte do lutador de MMA, ocorrida no dia 10 de fevereiro, no conjunto Cidade Satélite, zona Sul de Natal.

A Justiça decretou a prisão temporária do militar, que ficará recluso no quartel do Comando Geral da Polícia Militar por 30 dias.  O tenente foi preso no Comando da Polícia Rodoviária Estadual (CPRE), enquanto participava de uma sindicância e ainda foi autuado por posse ilegal de arma, pois estava proibido do porte por causa do afastamento de sua função. A Polícia Civil irá indiciá-lo por crime duplamente qualificado – por motivo torpe e não condição de defesa da vítima. 

O caso é investigado por uma comissão formada por três delegados da Polícia Civil. Ontem, dois deles, Danielle Filgueira e Sílvio Fernando, e o delegado geral, Adson Kepler, falaram em coletiva à imprensa para esclarecimento dos fatos. Segundo os delegados, o atestado da autoria do crime veio de provas compartilhadas de outras investigações. “As provas mais contundentes estão em segredo, e vieram das outras investigações”, disse a delegada Danielle Filgueira. 


Os outros dois homicídios teriam ocorrido um antes e outro depois do assassinato de Luiz de França. Os delegados não chegaram a nominar as outras duas vítimas, mas uma delas seria a sua ex-mulher,a estudante de Direito Izânia Maria Bezerra Alves, 31. No caso do homicídio do lutador de MMA, a prisão foi efetuada pela quebra dos álibis do tenente, por provas testemunhais e técnicas. Algumas das provas são as imagens e controle biométrico da academia que contradizem informações dadas pelo militar quanto ao horário que esteve na academia.  Outras provas, como imagens de vídeo e perícia, não foram detalhadas “por estarem em segredo de justiça”, segundo a delegada. 

Outras provas que estão sob análise no ITEP, que interligam os três casos, deveriam ter sido entregues à investigação já há 15 dias. Segundo Sílvio Fernando, delegado da Polícia Civil, o resultado dessas perícias poderiam encerrar as investigações.



Segundo os delegados, a prisão do tenente também foi motivada pelo fato do dele estar ameaçando três testemunhas do caso: dois policiais militares e um parente familiar. Os dois policiais seriam o Capitão Juscelino  Holanda e um sargento, que durante oitiva desmentiram declaração anterior que teriam visto o tenente com as mesmas roupas do suspeito do crime – bermuda preta e moletom verde. Serão realizadas novas oitivas com estas testemunhas, esperando ter maiores informações e detalhamentos sobre o caso. 

A Polícia está na pista de um segundo homem que seria suspeito de ser co-autor do assassinato do lutador, o piloto da motocicleta, já identificado pelas investigações. “Apreendemos a arma do outro suspeito e esperamos efetuar a prisão”, afirma Danielle.



Tribuna do Norte

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