sexta-feira, 18 de julho de 2014

Avião cai com 298 pessoas a bordo

Kuala Lumpur  - Um avião da avião da Malaysia Airlines caiu ontem no leste da Ucrânia com 298 pessoas, dos quais 283 passageiros e 15 tripulantes. O acidente, que desencadeou uma guerra de acusações entre os governos da Rússia e da Ucrânia, acontece três décadas depois de um boeing da Coreia do Sul ter sido derrubado pela aviação da antiga União Soviética, num episódio que estremeceu as frágeis relações, na época, entre o Kremlin e a Casa Branca comandada pelo presidente  linha-dura Ronald Reagan. 

A queda do avião malaio , ontem, também colocou em lados opostos Rússia e EUA.  Agências de inteligência dos Estados Unidos informaram ontem  que o avião foi derrubado por um míssil, mas ainda não era possível determinar, de onde saiu o disparo. Se feito por forças do governo ucraniano ou por separatistas pró-Rússia, que dominam a região de Donetsk, onde ocorreu o acidente. 

Ambos os lados envolvidos no conflito político da Ucrânia negam ter disparado mísseis que possam ter abatido o avião. O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afirmou que “as forças armadas não dispararam contra nenhum alvo aéreo”. Representantes dos militantes separatistas também negaram participação na tragédia. O primeiro-ministro das forças pro-Rússia, Andrei Purgin, disse que o avião deve ter sido atingido por um míssil das forças armadas da Ucrânia, mas não ofereceu evidências das acusações.

serviço de segurança da Ucrânia alegou que conseguiu interceptar conversas telefônicas em que um comandante dos militantes separatistas, Igor Bezler, diz a um militar da inteligência da Rússia que eles haviam derrubado um avião. 

Autoridades norte-americanas também estão examinando a área em que avião estava voando. O governo ucraniano havia fechado o espaço aéreo sobre o leste do país ao tráfego comercial porque Kiev não está em condições de proteger aeronaves civis, segundo uma fonte de defesa dos EUA informou à Associated Press.

No final da tarde de ontem (horário de Brasília) a Malaysia Airlines informou a nacionalidade dos passageiros presentes no voo MH17. Segundo informações de executivos da empresa, entre os passageiros do voo que ia de Amsterdã a Kuala Lumpur, havia 154 holandeses, 27 australianos, 23 malaios, 11 indonésios, 6 britânica, 4 alemães, 3 filipinos e um canadense. Outros 47 passageiros ainda não tinham sido identificados. Imagens divulgadas por uma emissora de televisão da Rússia mostravam corpos amontoados sobre os destroços da aeronave.

Investigação
O avião acidentando não fez nenhum pedido de socorro, informou o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, em entrevista coletiva à imprensa após conversar com os líderes da Ucrânia, Holanda e EUA, disse que tudo será investigado para descobrir o que aconteceu com o voo MH17. “Nesse estágio, a Malásia é incapaz de verificar a causa dessa tragédia, mas nós precisamos, e nós iremos, encontrar precisamente o que aconteceu com esse voo”, disse Najib. “Se transparecer que o avião foi de fato abatido, nós insistimos que os criminosos devem ser trazidos à justiça rapidamente.”

O primeiro-ministro também ressaltou que a rota de voo era considerada segura pela Organização Internacional de Aviação Civil. Em comunicado, a Malaysia Airlines informou que todos os voos partindo da Europa irão tomar rotas alternativas. A companhia também esclareceu que estava notificando as famílias de passageiros e tripulantes do voo MH17.



Tribuna do Norte

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