Kuala Lumpur - Um avião da avião da Malaysia Airlines caiu ontem no leste da Ucrânia com 298 pessoas, dos quais 283 passageiros e 15 tripulantes. O acidente, que desencadeou uma guerra de acusações entre os governos da Rússia e da Ucrânia, acontece três décadas depois de um boeing da Coreia do Sul ter sido derrubado pela aviação da antiga União Soviética, num episódio que estremeceu as frágeis relações, na época, entre o Kremlin e a Casa Branca comandada pelo presidente linha-dura Ronald Reagan.
A queda do avião malaio , ontem, também colocou em lados opostos Rússia e EUA. Agências de inteligência dos Estados Unidos informaram ontem que o avião foi derrubado por um míssil, mas ainda não era possível determinar, de onde saiu o disparo. Se feito por forças do governo ucraniano ou por separatistas pró-Rússia, que dominam a região de Donetsk, onde ocorreu o acidente.
Ambos os lados envolvidos no conflito político da Ucrânia negam ter disparado mísseis que possam ter abatido o avião. O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afirmou que “as forças armadas não dispararam contra nenhum alvo aéreo”. Representantes dos militantes separatistas também negaram participação na tragédia. O primeiro-ministro das forças pro-Rússia, Andrei Purgin, disse que o avião deve ter sido atingido por um míssil das forças armadas da Ucrânia, mas não ofereceu evidências das acusações.
O serviço de segurança da Ucrânia alegou que conseguiu interceptar conversas telefônicas em que um comandante dos militantes separatistas, Igor Bezler, diz a um militar da inteligência da Rússia que eles haviam derrubado um avião.
Autoridades norte-americanas também estão examinando a área em que avião estava voando. O governo ucraniano havia fechado o espaço aéreo sobre o leste do país ao tráfego comercial porque Kiev não está em condições de proteger aeronaves civis, segundo uma fonte de defesa dos EUA informou à Associated Press.
No final da tarde de ontem (horário de Brasília) a Malaysia Airlines informou a nacionalidade dos passageiros presentes no voo MH17. Segundo informações de executivos da empresa, entre os passageiros do voo que ia de Amsterdã a Kuala Lumpur, havia 154 holandeses, 27 australianos, 23 malaios, 11 indonésios, 6 britânica, 4 alemães, 3 filipinos e um canadense. Outros 47 passageiros ainda não tinham sido identificados. Imagens divulgadas por uma emissora de televisão da Rússia mostravam corpos amontoados sobre os destroços da aeronave.
Investigação
O avião acidentando não fez nenhum pedido de socorro, informou o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, em entrevista coletiva à imprensa após conversar com os líderes da Ucrânia, Holanda e EUA, disse que tudo será investigado para descobrir o que aconteceu com o voo MH17. “Nesse estágio, a Malásia é incapaz de verificar a causa dessa tragédia, mas nós precisamos, e nós iremos, encontrar precisamente o que aconteceu com esse voo”, disse Najib. “Se transparecer que o avião foi de fato abatido, nós insistimos que os criminosos devem ser trazidos à justiça rapidamente.”
O primeiro-ministro também ressaltou que a rota de voo era considerada segura pela Organização Internacional de Aviação Civil. Em comunicado, a Malaysia Airlines informou que todos os voos partindo da Europa irão tomar rotas alternativas. A companhia também esclareceu que estava notificando as famílias de passageiros e tripulantes do voo MH17.
Tribuna do Norte
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