quarta-feira, 9 de julho de 2014

Nunca antes...

São Paulo (AE) - E se o Neymar não tivesse se machucado? E se o Thiago Silva não recebesse o segundo cartão amarelo? E se o Felipão não tivesse feito a escolha por Bernard, abrindo o meio de campo? São respostas que nunca ninguém terá. O que se sabe é que a seleção brasileira passou pelo maior vexame da sua história ontem, quando levou 7 a 1 da Alemanha, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, e deu adeus ao sonho do hexa em casa. A torcida, chorosa, levantou e aplaudiu de pé o algoz que jamais será esquecido.

O goleiro Júlio César foi o reflexo do Brasil após o jogo. Desolado, o goleiro, que já tinha sido eliminado de forma dramática na Copa de 2010, pediu desculpa aos torcedores brasileiros pela derrota

No País do Futebol, a Alemanha, que vai à sua oitava final de Copa do Mundo, deu uma aula. Jogou com uma organização impressionante, disciplina tática, troca de passes, marcação sob pressão e, principalmente, determinação. Do outro lado, faltou gana à seleção brasileira no primeiro tempo, quando ainda era possível evitar, senão a derrota, pelo menos um vexame.

Ao Brasil resta assistir da televisão a final deste domingo, no Maracanã. Um dia antes, a seleção entra em campo no estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, em uma despedida melancólica da Copa do Mundo, decidindo o terceiro lugar.


A decisão no Rio pode reeditar a final de 1974, quando a Alemanha venceu a Holanda, ou a de 1986, quando perdeu da Argentina, ou a de 1990, quando deu o troco nos argentinos.

O JOGO
Os erros ainda serão discutidos por muitos anos, mas alguns são claros. O primeiro gol começou em um erro de Marcelo, que errou passe de forma amadora no meio de campo. Ele se recuperou, matou o contra-ataque alemão, mas cedeu escanteio. Aí quem errou foi o festejado David Luiz, que deixou Müller sozinho na segunda trave pau para abrir o placar, aos 10 minutos.

Ainda houve um intervalo de 12 minutos até começar o baile. Período em que o Brasil nada criou. Tocava a bola na zaga até algum dos quatro homens da linha de defesa dar um chutão para frente. Aos 22, porém, Kroos escorou para Klose, que recebeu livre e bateu para boa defesa de Júlio César. No rebote, ele fez 2 a 0.

Daquele chute até o placar apontar 5 a 0 o relógio andaria apenas 6 minutos e 40 segundos. No terceiro, Lahm cruzou, ninguém tirou e Kroos pegou bonito na bola. Júlio César tocou nela, mas de nada adiantou. O quarto entra na conta de Fernandinho, que perdeu bola boba para Khedira na entrada da área. O meia tocou para Kroos fazer mais um.

No quinto, tabela entre Khedira e Özil, para o jogador do Real Madrid bater rasteiro para o gol, no contrapé de Julio Cesar. Aos 23 minutos, em ritmo de treino, Schürrle recebeu livra na área e fez o sexto. O atacante do Chelsea também faria o sétimo, depois de receber de Müller.. Comemorações pelo gol de Oscar, nos acréscimos, só ironicamente.

Ficha técnica
BRASIL (1): Julio César; Maicon, David Luiz, Dante e Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho (Paulinho) e Oscar; Bernard, Hulk (Ramires) 
e Fred (Willian). Técnico: Luiz Felipe Scolari.
ALEMANHA (7): Neuer; Lahm, Jérôme Boateng, Hummels (Mertesacker) e Höwedes; Toni Kroos, Schweinsteiger, Khedira (Draxler) e Özil; Thomas Müller e Klose (Schürrle). Técnico: Joachim Löw.
ÁRBITRO - Marco Rodríguez (México).
PÚBLICO - 58.141 pessoas.
LOCAL - Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG). 


Tribuna do Norte

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