Dilma Rousseff, que atuou na luta armada, foi presa e torturada, repudia truculência e enaltece o valor da democracia |
“Assim como eu respeito e reverencio os que lutaram pela democracia, enfrentando a truculência ilegal do Estado e nunca deixarei de enaltecer estes lutadores e estas lutadoras, também reconheço e valorizo os pactos políticos que nós levaram à redemocratização”.
Com isso, Dilma sinaliza que não apoiará as iniciativas que defendem a revisão da lei de anistia. Os militares repudiam esta tentativa de revisão da lei anistia e avisam que a lei foi fruto de acordo da sociedade na época. Pouco depois, a presidenta Dilma Rousseff usou seu twitter para defender os princípios democráticos e reiterar da dor enfrentada pelas famílias que sofreram com a ditadura citando que elas deixaram “cicatrizes visíveis e invisíveis”.
Em discurso no dia em que o Golpe de 31 de março completa 50 anos, Dilma lembrou que ela mesma foi presa e torturada e fez questão de enaltecer os que sofreram e morreram naquele período, vítimas da “truculência ilegal do Estado”. Após citar que “a palavra verdade”, “é exatamente o oposto do esquecimento” e “é algo tão forte que não dá guarida para o ressentimento, ódio e nem tão pouco para o perdão”, a presidenta emendou: “ela é só e sobretudo o contrário do esquecimento . É memória e é história”. Para a presidenta, “o dia de hoje exige que nós nos lembremos e contemos o que aconteceu. Devemos isso aos que morreram e desapareceram. Devemos aos torturados e aos perseguidos, às suas famílias, a todos os brasileiros”.
"Por 21 anos, mais de duas décadas, nossas instituições, nossas liberdades, nossos sonhos foram calados", afirmou. A presidenta disse ainda que o brasileiro aprendeu o valor da liberdade, de poderes legislativo e judiciário independentes, além do valor da liberdade de imprensa e de eleger pelo voto direto e secreto.
O discurso da presidenta sobre 31 de março foi previamente preparado por ela que leu alguns dos trechos. Ao longo do mês de março, a presidenta Dilma Rousseff fez chegar aos comandos militares que não aceitaria a realização de manifestações a favor do golpe de 64 nos quartéis. Mas, antes disso, os próprios comandantes, em suas reuniões de Alto Comando avisaram que não haveria qualquer tipo de manifestação e nem sequer a tradicional ordem do dia alusiva à data. Houve entendimentos inclusive com o pessoal ligados aos Clubes Militares para evitar acirramento dos ânimos.
Tribuna do Norte
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