O serviço de tomografia no Walfredo tem recebido uma demanda com cerca de 60 exames por dia, com dias que chegam a 80 exames. Para a enfermeira Marlene Lira, responsável pelo setor do exame, essa alta frequencia em uso do aparelho pode ter causado a paralisação. “Ele simplesmente parou de funcionar”.
O fato ocorreu às 11h do domingo, e foi consertado às 22h do mesmo dia, por técnicos de informática do hospital. Segundo a assessoria de imprensa, o problema foi um arquivo de sistema que se corrompeu e após ser configurado, retornou ao funcionamento. “Desde o conserto, recuperamos os atendimentos em espera. O maior problema seria hoje, com o crescente número de pacientes acidentados. Não temos para onde enviar”, disse a enfermeira.
O Hospital Deoclécio Marques serve como retaguarda para o exame, além de atender e diagnosticar os pacientes diretos da unidade. Quando em funcionamento, o aparelho realiza de 15 a 20 exames por dia.
José Adonis Filho, 32, vaqueiro, sofreu um acidente de carro em Parnamirim às 13h30 do domingo, 20. Foi levado para o Deoclécio Marques, mas no hospital disseram para ele que por causa da falta do tomógrafo seu problema só seria resolvido no Walfredo. Inicialmente, foi diagnosticado com traumatismo craniano, mas consciente. Na manhã de ontem, ele estava no corredor do HWG, junto com mais dez pacientes – já que a sala de observação de politrauma estava lotada, com 13 pacientes.
Adonis estava com curativo na cabeça e sangue estancado, aguardando a vez para o exame. Se não for diagnosticado agravo na cabeça, ele será liberado. “Infelizmente temos que depender dos médicos e da estrutura que nos dão”, comenta Adonis. Eduardo Ronald, cirurgião ortopédico do HWG, explica que a tomografia se faz necessária para saber que órgãos foram atingidos internamente pelo trauma. Sem o serviço do aparelho, eles recorrem à exame de raio-x e ultrassonografia, mas ainda não produz um diagnóstico tão completo quanto a tomografia - no caso de traumatismo craniano, somente a tomografia pode diagnosticar. Em casos como o de José Adonis, se fazia necessário estabilizar o paciente - estancar sangue, pressão arterial -, para leva-lo ao exame.
“Na falta do exame, o paciente fica aguardando, não tem para onde enviar. Sem a tomografia, temos apenas o diagnóstico clínico, que é uma suspeita, não definitivo. Visualizando a fratura sabemos onde tem que intervir, mas internamente, não tem como saber o que foi afetado”, explica o médico. A tomografia permite saber se tem líquidos nos órgãos, o que seria um sinal para operar de imediato.
Tribuna do Norte
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