quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Israel concorda em estender trégua na Faixa de Gaza, diz agência

O governo de Israel concordou nesta quarta-feira (6) em estender a atual trégua na Faixa de Gaza para além do prazo anunciado, segudo disse uma autoridade israelense à agência de notícias Reuters, se referindo ao acordo mediado pelo Egito que está em vigor.

A trégua entrou em vigor às 8h desta terça-feira (2h, pelo horário de Brasília) e duraria 72 horas. Esta pausa encerrou um mês de confrontos entre Israel e o Hamas, em que 1.875 palestinos morreram, incluindo 430 menores de idade e 243 mulheres, de acordo com o ministério palestino da Saúde. No lado israelense morreram 64 soldados e três civis.

A autoridade, que falou à agência sob condição de anonimato, não detalhou por quanto tempo Israel está disposto em estender a trégua.

"Israel manifestou a sua disponibilidade para estender a trégua sob os termos atuais", disse se referindo ao acordo mediado pelo Egito e que entrou em vigor nesta terça.

O Hamas não fez comentários imediatamente.

Negociações
Nesta quarta, mediadores egípcios se reunirão no Cairo com os negociadores palestinos, como parte das conversações para uma trégua duradoura em Gaza, além do cessar-fogo de 72 horas em vigor desde terça-feira. Os mediadores já se reuniram com uma delegação israelense.
No entanto, um líder do Hamas rejeitou categoricamente uma das condições apresentadas pelos israelenses para uma trégua prolongada: o desarmamento dos combatentes do Hamas e de outros grupos armados da Faixa de Gaza.
O cessar-fogo, obtido com a mediação do Egito e dos Estados Unidos, entrou no segundo dia e nenhum combate foi registrado até o momento na Faixa de Gaza.
“As conversas indiretas entre os palestinos e os israelenses estão avançando”, disse um representante egípcio, deixando claro que ambos os lados não estão se encontrando cara a cara. “Ainda é muito cedo para falarmos de resultados, mas estamos otimistas."
Retirada
O exército israelense se retirou totalmente do território palestino nesta terça, quase um mês depois do início de uma ofensiva que deixou, segundo o ministério palestino da Saúde, 1.875 mortos, incluindo 430 menores de idade e 243 mulheres. No lado israelense morreram 64 soldados e três civis.
Em Gaza, onde meio milhão de pessoas saíram de casa em meio a um mês de intenso bombardeio, alguns moradores deixaram abrigos da ONU e voltaram para bairros onde quarteirões inteiros foram destruídos por ataques israelenses de artilharia, ao passo que o cheiro de corpos em decomposição impregnava o ar.
Uma relativa normalidade reinava no território devastado por bombardeios, onde os habitantes acreditam que este cessar-fogo de 72 horas aceito por Israel e o Hamas pode perdurar, diferentemente de todas as tréguas precedentes.
Os habitantes de Gaza reencontraram lojas e bancos abertos. Dezenas de pescadores retornaram ao mar pela primeira vez em semanas.
Os serviços de emergência ainda tentam limpar as ruas e recuperar corpos ainda sob os escombros em Shajaya e Khuzaa. Os trabalhadores das companhias de eletricidade também se esforçam para restabelecer o fornecimento do serviço.
Ruas em cidades no sul de Israel, as quais vinham sofrendo ataques diários de foguetes vindos da Faixa de Gaza, estavam repletas de crianças brincando.
G1

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