terça-feira, 12 de agosto de 2014

Mais de 40% das ambulâncias do Samu ficam retidas no HWG

Mais de 40% das ambulâncias responsáveis pelos atendimentos de urgência e emergência naRegião Metropolitana de Natal estavam paradas na porta do maior hospital público do Estado, o Walfredo Gurgel. O motivo da paralisação registrada na manhã de ontem, dia 11, é um problema recorrente, mas que foi agravado pela suspensão de cirurgias eletivas desde a última semana. Com número de leitos insuficiente, o hospital é obrigado a “prender” as macas. Sem os equipamentos, as ambulâncias não podem circular e o atendimento fica prejudicado.

O número de ambulâncias paradas é volante. De acordo com enfermeiros e condutores dos veículos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Natal e Estado (Samu Natal e Samu Metropolitano), o problema, dessa vez, começou a se agravar no último domingo, dia 10. Na manhã de ontem, a reportagem da TRIBUNA DO NORTE contou pelo menos onze ambulâncias paradas. Destas, cinco eram do Samu Natal e seis eram do Samu Metropolitano.

Ao todo, os dois serviços têm 27 ambulâncias. O Samu Natal possui 12 veículos, sendo 9 básicos e 3 avançados (UTI); e o Samu Metropolitano é equipado com 12 ambulâncias básicas e 3 UTIs, totalizando 15 veículos. Além das onze ambulâncias do Samu, o estacionamento do Walfredo Gurgel também abrigava uma ambulância de São Gonçalo, uma de Macaíba e três de Parnamirim.

Algumas situações agravam  o quadro: a demanda de pacientes no último fim de semanaaumentou e havia uma demanda reprimida internada no hospital. Trata-se dos pacientes que aguardam transferência para outro hospital  a fim de submeterem a alguma cirurgia. No entanto, o encaminhamento destes pacientes não é feito há mais de uma semana porque as cirurgias eletivas foram suspensas devido a falta de pagamento à Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed/RN). Os médicos estão sem receber há cinco meses e a dívida acumulada é superior a R$ 3 milhões. Sem o dinheiro, os médicos decidiram cruzar os braços e deu início a um ciclo de entraves que culminou com a retenção das macas e paralisação das ambulâncias. 

“Os pacientes não são liberados para as cirurgias e ficam internados ocupando os leitos. Quando não tem mais leito, ficam na maca do hospital. Quando acabam as macas do hospital, o jeito é ficar com a maca do Samu. Infelizmente é assim que acontece”, explicou a diretora do Hospital Walfredo Gurgel (HWG), Fátima Pereira. A unidade médica possui, atualmente, 268 leitos e 80 macas.

Somente ontem, 73 pacientes ortopédicos aguardavam a liberação para outro hospital. Parte destes, estavam acomodados em macas nos corredores do hospital. Outros 3 pacientes aguardam cirurgias cardíacas e outras 22 pessoas aguardam uma vaga de leito de UTI. A demanda reprimida de doentes aguardando cirurgia é resultado da suspensão dosprocedimentos médicos pela Coopmed/RN. Desde a segunda-feira,  6, apenas os procedimentos de urgência são efetuados pelos médicos ligados à cooperativa.

Tempo de resposta
As coordenações do Samu Natal e Metropolitano não informaram qual foi o impacto da paralisação das ambulâncias no tempo de respostas das chamadas que chegaram à central de atendimento. O Ministério da Saúde (MS) preconiza o tempo de 15 minutos para esse atendimento, mas de acordo com servidores ouvidas pela reportagem, a média de ontem foi bem superior a isso.


Tribuna do Norte

Nenhum comentário: