segunda-feira, 2 de junho de 2014

Areia Verde e Amarela

Pouco conhecido, o Beach Handebol é um esporte que vem crescendo rapidamente no mundo e no Rio Grande do Norte. Por se tratar de um Estado com uma costa litorânea de grande porte, o RN vem se consolidando no cenário brasileiro como um celeiro de bons jogadores e jogadores. E os frutos começam a surgir, como é o caso da atleta Carol Lima, de 28 anos, que defende o Globo/HFT. Ela foi convocada para fazer parte dos treinos da seleção brasileira que vai disputar o mundial da categoria, em Recife/PE, no próximo  mês. Ao todo, 16 atletas foram chamadas e apenas 10 vão poder representar o país na competição internacional.

“Estou numa mistura de emoções que não sei explicar. Felicidade, ansiedade, vontade de chorar e de sorrir. É fantástico pensar na possibilidade de representar nosso país dentro de casa com toda torcida ali, pertinho, gritando”, afirmou Carol, quando soube da sua convocação.

Essa não foi a primeira vez que a potiguar foi chamada para defender a seleção brasileira. Tudo começou em 2013, para um período de experiência. Depois, foi chamada, mais uma vez, e acabou conquistando o Pan-americano na Colômbia, no ano passado. “A primeira vez foi em 2013, fui convocada pra fase de treinamento pra o campeonato World Games em Cali na Colômbia,  mais não fiquei. Em 2014 fui convocada novamente pra jogar o Pan Americano em Assunção no Paraguai e fiquei entre as 10 pra jogar e essa é a terceira vez”, relembra.

Mas, antes de alcançar a seleção, Carol teve um longo caminho a percorrer. Iniciou no esporte aos oito anos de idade, defendendo o colégio Santa Águeda, de Ceará-Mirim. Foi lá que conheceu o handebol de quadra e ficou na modalidade até os 18 anos, conquistando os Jogos Escolares  do Rio Grande do Norte (Jern´s) e a Copa Natal.  Depois,  quando concluiu os estudos e abandonou o esporte. Foi quando, em 2004, decidiu voltar aos treinos, dessa vez na areia e foi contratada pelo Handebol Futuro, da sua cidade natal.

RETORNO
“Fiquei 6 anos sem jogar e quando voltei, já voltei pra areia pela equipe que hoje eu defendo ainda que é o Handebol Futuro, então fizemos uma parceria com Marconi Barreto (presidente do Globo) e hoje somos Globo/HFT. Mas, não temos jogadoras apenas de Ceará-Mirim não. Tem garotas de Natal e Parnamirim também”, afirma. A mudança das quadras para a areia foi complicada, já que, por mais que as duas modalidades tenham o mesmo nome, na prática, são bastante diferentes. Mas, a atleta disse que com o passar dos treinos, tudo foi se normalizando, inclusive as jogadas mais difíceis foram ficando mais fáceis de se realizar.

“É diferente,  na  quadra você bate a bola no chão,  na areia você rola a bola no chão,  o que eu mais tive dificuldade foi com as jogadas espetaculares,  aprender a dar giro de 360° e arremessar antes de cair no chão,  pegar bola aérea. Mas,  nada que com treino não possa ser aprendido e quem já vem das quadras é mais fácil de se adaptar”, disse.

E a adaptação parece não ter sido problema para Carol. Em pouco mais de quatro anos no beach handebol, ela já conquistou dois títulos estaduais e foi eleita, nos anos de 2012/2013 e 2013/2014, como a melhor pivô e melhor jogadora da competição, primeiro pelo Handebol Futuro e depois, já com a parceria do Globo.

Veja como surgiu e algumas regras do novo esportes

O Handebol já era jogado em praias, não só na Europa como em vários Estados brasileiros, como Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Assim como em outros esportes houve uma adaptação do Handebol para que em terreno arenoso, ele se igualasse ou até superasse o Handebol de Quadra em agilidade e velocidade. Após as adaptações, a quadra ficou mais fácil de ser montada, pois o espaço ficou menor, diminui-se o número de jogadores e as pontuações se tornaram diferenciadas, tornando o jogo mais intenso e com mais emoção.

A primeira competição oficial no Brasil aconteceu em 1995 no Festival Olímpico de Verão, surgiu então a primeira Seleção Brasileira de Beach Handball.

Desde então o Beach Handball vem sendo muito praticado no Brasil e cada vez mais se populariza com as equipes brasileiras alçando um ótimo desempenho em competições.

A bola é lisa e de borracha. A masculina pesa aproximadamente 360g com um diâmetro de 17,5cm. A feminina pesa aproximadamente 290g com um diâmetro de 16,5cm. Para crianças e categorias menores a bola é menor e menos pesada.


Tribuna do Norte

Nenhum comentário: