terça-feira, 24 de junho de 2014

É possível urbanizar área afetada

O relatório sobre o desastre em Mãe Luíza produzido por quatro profissionais do Serviço Geológico do Brasil – órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia (MME), também conhecido como Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) – foi finalizado ontem, dia 23, e deverá ser entregue ao prefeito Carlos Eduardo ainda hoje, dia 24. O documento é peça fundamental para que o Executivo Municipal apresente projetos e solicite recursos ao Governo Federal para recuperar a área destruída.
Os profissionais envolvidos na elaboração do estudo produziram o material em uma semana. De acordo com o coordenador do grupo de geólogos do CPRM, Breno Beltrão,o documento tem aproximadamente 25 páginas e é constituído por orientações sobre as possibilidades de reconstrução, reparo e reocupação da rua Guanabara e suas adjacências. 

Depois de realizar algumas visitas no local do desaste, a equipe de profissionais viajou a Recife-PE onde concluiu o relatório.  Segundo Breno, a última semana foi de trabalho intenso. “Foi uma semana de muito trabalho. Havia urgência na entrega desse relatório e agora ele está pronto”, disse o geólogo, por telefone, no início da tarde de ontem.

Breno Beltrão reafirmou que a área com mais de 10 mil metros quadrados pode ser reurbanizada. A forma como esse processo será realizado ainda é uma incógnita. “O prefeito nos informou que quer reurbanizar o local e reconstruir as residências. No relatório, mostramos que isso é possível, apesar de duna não ser um local apropriado para construção. No nosso relatório, não há indicação de valores nem como as construções devem ser feitas”, explicou. 

Sobre valores, o engenheiro civil, geotécnico e professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), Ricardo Severo, afirmou, semana passada, à TRIBUNA DO NORTE, que a Prefeitura do Natal teria que investir aproximadamente R$ 40 milhões no bairro de Mãe Luiza. Ricardo Severo foi um dos profissionais que faz parte da comissão de professores consultada pelo Executivo Municipal para  realizar a primeira análise no bairro. 

De acordo com o professor Ricardo Severo, a estimativa de custos foi baseada nas visitas que ele – juntamente com outros dois profissionais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) – realizou na área afetada. “Acredito que será necessário o investimento de R$ 40 milhões para recuperar o que foi destruído e reconstruir as casas que ali existiam”, pontuou.

O titular da secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semopi), Tomaz Neto, não confirmou a informação. “Ainda não temos planilhas, nem projetos. Não posso falar em valores nesse momento”, pontuou. Independente dos valores, o ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, durante visita a Natal na última sexta-feira, dia 20, assegurou os recursos. “Nesse primeiro momento, a prioridade é prestar socorro e assistência às famílias. Vamos disponibilizar ajuda o mais rápido possível”, afirmou.

O prefeito Carlos Eduardo confirmou ontem que está aguardando o relatório produzido pelos geólogos do CPRM para poder ir à Brasília. A viagem estava agendada para amanhã, dia 25, mas foi adiada para a próxima segunda-feira, dia 30.

Desastre
Breno Beltrão explicou que o acidente em Mãe Luiza foi ocasionado por um “desmonte hidráulico”. As causas do desmonte foram: sistema de drenagem subdimensionado, ocupação desordenada da área e acúmulo de água da chuva.


Tribuna do Norte

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